Canora acorda no meio da noite, assustada, com o pesadelo que teve. Levanta-se e desce para ir beber água; fica por um tempo, sentada no balcão pensando em tudo que tinha acontecido naquele dia com ela, se dirige até o quarto dos pais e fica na porta os observando, até lembrar-se da chave e subir rapidamente as escadas sorrindo.
“Um baú se abrir com a minha voz? Impossível, era um sonho.” Pensa Canora.
Chegando a seu quarto abre a gaveta do criado mudo e ali estar à chave, tão bela, tão enigmática. Canora sente um vento forte lhe envolver. Para por um tempo deliciando aquele frio.
“Mas como estar ventando? Eu fechei as janelas!” Pergunta-se Canora.
Ela dirige seu olhar rapidamente à janela e a ver aberta. Estranha, mas pensa que pode ter sido sua mãe. Ela se deita na cama e continua a apreciar a chave, mas alguma coisa ainda lhe chamava atenção na janela.
Canora ver de repente um pequeno movimento no canto de seu quarto, ela para e olha fixamente para aquele local, de repente puxa os lençóis para cobrir o corpo, abismada com o que via.
Sombras em forma de um corpo saem de onde estavam e deslizam até a garota, seus olhos, vermelhos e flamejantes como fogo, são totalmente ameaçadores, suas cabeças tocavam o teto, e uma delas estendeu a mão e sussurrou com uma voz estridente.
- A chave. Me entregue à chave!
Antes que a garota pudesse gritar, uma voz melodiosa ecoou pelo quarto.
-Globlux.
Nessa hora a garota sente a voz penetrar em seu peito e limpar toda a sua alma, e uma grande bola de luz explode entre ela e as sombras.
- venha. Der-me sua mão.
Canora sente-se puxada para fora de seu quarto e quando se viu estava no chão fora de sua casa.
- corra! Depois eu te alcanço.
A portadora da voz tão pulcra era esplêndida, olhos da cor de diamantes, cabelos brancos que se alongavam até a cintura de um corpo impecável.
A menina obedece perfeitamente e, se enfia na mata, olha para trás e ver as sombras cercando a mulher; assustada Canora corre o mais rápido que pode, até escuta um grande grito, e ao virar-se ver uma grande explosão de uma luz azulada. Depois de algum tempo ela se acalma e passa a observar àquela mata tão estranha e grande, pois no começo aquele caminho dava direto em uma estrada e já fazia horas que andava e não chegava a lugar algum.
O sol vai surgindo e Canora continua a andar pelo bosque, o cansaço começa a tomar o seu corpo e a garota já não agüenta mais de tanto andar, olha para as arvores que estão o seu redor e se sente convidada a sentar-se e escora-se a uma delas, a menina luta para não dormi, mas o cansaço e mais forte e ela cai no sono.
Canora acorda na beira de um abismo, olha para trás, mas não há nada e a frente somente o precipício; varias sombras subiam da escuridão daquele báratro juntamente com inúmeras almas gritando de agonia, todos aqueles seres param e ficam calados olhando fixamente para ela, Canora não entende nada que estar acontecendo, até percebe uma grande sombra a sua costa, vira-se e, ver um grande ser espectral montado sobre a escuridão, que se dissipa, e o ser avança sobre a garota.
Canora tenta gritar, mas nenhum som sai de sua boca; o abantesma a empurra no abismo, mas algo a apara.
Tranqüilizada ela respira fundo, até sentir um movimento abaixo dela e, encolhe-se ao ver um enorme dragão segurando-a e encarando.
O grito dela ecoa por toda a floresta, fazendo alguns pássaros voarem assustados, olhando ao redor ela começa a acalmar-se percebendo que foi um sonho.
Meu Deus, o que estar acontecendo comigo? - A menina passa a mão na cabeça e levanta se espreguiçando. - Um banho agora seria a melhor coisa que eu poderia ganhar. – Pensa ela enquanto pega o caminho de volta para casa.
Que lugar é esse em? Esse maldito bosque nunca me pareceu tão grande! – Canora continua andando por entre as arvores a procura da estradinha até se deparar com um pequeno lago; animada ela se lançou dentro da água e relaxou naquele delicioso banho.
O banho não foi aproveitado por muito tempo, pois a sensação de estar sendo observada retornou; ainda tentando se acalmar, ela olha para os arbustos ao redor e nota um movimento bem próximo a ela.
-Q, quem estar ai? Responda. Quem estar ai? – Grita ela.
Nenhuma resposta foi devolvida, Canora continua assustada, mas não deixa de olhar para os arbustos, que mexiam com mais intensidade.
- Fale ou se arrependerá!
Um lobo, de dois metros, azul com uma armadura geada, Contendo três caudas e com garras grandes e metálicas; saltou por cima dela e a encarou do outro lado do lago.
- Venha suba! – Gritou o animal.
- Vo. Você fala! Eu ainda estou sonhando, deve ser isso! – pensa ela.
- Vamos! Não estamos com tempo para conversa.
A menina nega com a cabeça e afunda mais o corpo na água; o lobo a segura pela cintura, com a calda, e salta por cima das arvores.
Correndo como o vento a menina grita e pede para ser solta; o animal ruge para ela, que se cala e para de debater-se.
Mais a frente à floresta acaba e um grande oceano surge para eles.
- Estamos perdidos! – grita a garota.
O animal pula e fica sobre a água, e continua correndo, Canora estar boquiaberta com tudo o que estar acontecendo; de repente uma explosão acontece na água, a menina olha para o foco.
-Renegados e seus Arientrons! – disse o animal, referindo-se aos homens com uma aparência morta, que estavam montados sobre polvos amarronzados com asas.
Os caçadores estão se aproximando e os tiros chegavam bem próximos de acertá-los, Canora assustada pede que o lobo vá mais rápido, mas ao invés disso ele vira-se e lança uma rajada azulada e luminosa pela boca; os inimigos desviam e avançam mais rápido.
Canora fecha os olhos e pede para acordar, mas sente um calor interno aumentar, a chave no bolso brilhava e, quando a segurou, uma palavra surgiu em sua mente; ela apontou para o mais próximo e gritou.
-ignis sagitta!
Da ponta dos dedos dela, sai uma flecha de fogo e atinge de cheio o arientron que vira cinzas; o renegado, antes de chegar à água, é pego pelo outro e solto em uma pedra que estar acima da água.
-A criança já sabe se defender?! – o que estava sob a pedra gargalhava ironicamente, com uma energia negra na mão.
- não o escute, ele quer apenas te provocar. – o animal desvia da energia e acerta o outro arientron com a rajada azul; aproveitando a brecha para escapar.
O lobo toma impulso outra vez. Canora montada sobre ele volta seu olhar para o local onde os renegados estavam, e não os encontra; procurando-os ao redor, eles são surpreendidos por vários tiros, o lobo bola na areia da praia junto com ela.
- Corra! – o lobo se levanta. – Atravesse a ilha que eu te encontro do outro lado.
A garota obedece e adentra a floresta da ilha.